terça-feira, 26 de setembro de 2017

Sobre movimentos...

O que hoje seriam esses movimentos, das ditas minorias, que defendem o povo de uma forma teórica, que nem a teoria notória de cada luta é desconhecida, porque hoje estamos nessa estagnação disfarçada de progressão dentro de uma, dita, esquerda? Uma das verdades possíveis é que, as pessoas oprimidas e que se agregam aos grupelhos, mas na verdade em defesa do que? E, pelo que eu vejo, a defesa do próprio eu, à procura de holofotes transmutados em políticas em detrimento da hegemonia do opressor, entretanto, como Fanon escreveu: “Não há um só dia em que o oprimido não queira estar no lugar do opressor.” Observando as posturas sociais, vejo que, há uma sociedade em extremo carente, com necessidade gritante de atenção, não no bloco que está inserido, não em prol dos grupelhos mas buscando as benesses que hoje as ditas lutas pelas minorias traz, porém, quando e se alcançam as luzes da ribalta na sua dita luta, muitos esquecem de onde vieram, esquecem principalmente a luta e mostram seu verdadeiro eu, como já disse Bakunin: “De o poder a um revolucionário que em menos de um ano ele será pior que o próprio Czar” Então, o que podemos fazer para que as lutas não sejam banalizadas dentro delas mesmas? Toda minoria, e eu digo pelo negro, tem sua historia de rapto, de invasão, entre outros que os tornaram subservientes dentro da época em que se encontrava, entretanto muitos povos se libertaram e ascenderam, entretanto, outros continuam estagnados na sua história e buscando o historicismo alheio, haja vista o negro no Brasil, que mal conhece suas histórias e seus heróis, e se pauta nos heróis norte americanos, que apesar de serem ótimos espelhos, não são tão úteis, de fato, para nossa realidade por haver disparidades gritantes, entre nós e eles, tendo por base que, numericamente não somos minorias, sendo que somos o país com maior número de negros fora de África, logo há outros motivos para nos classificarmos como minorias, uma delas seria no âmbito institucional, educacional, entre outros. Vejo um radicalismo de pessoas que querem se parecer cultas, citam Marx, Fanon, mas ao mesmo tempo não citam, na verdade citam nome das obras, ditos que se tornaram populares, como “mais valia” mas mantém uma postura entre os seus, imposta, o que deveria manter perante o opressor, pois citando Sun Tzu, essa passagem é perfeita, quando vejo os radicais se imporem perante os seus e nunca perante ao opressor: “Não conhece a ti e tampouco o inimigo, e de todas batalhas travadas, todas serão perdidas.” Russeau trata essa forma não do homem natural mas como o homem artificial, de paixões fictícias sem fundamento, de fato, natural, ora que, a desigualdade é criada pelo homem, logo, não é natural, seus discursos montados está em procura do eu perdido, um discurso viciados em busca de reputação e poderio. Estamos em uma sociedade enferma, onde o ego conta mais, a reputação, mesmo falsa, vale mais, e isso é observado nos radicais dentro dos grupelhos, onde um quer ter mais brilho que o outro, o que tristemente acontece dentro de quatro paredes , e as quatro paredes que o opressor deixou-os ter, nunca que esses mesmos radicais adentram os portões do opressor, de forma física,pois vejo que mentalmente há décadas, para não dizer séculos de disparidade, isso no Brasil. Porque acontecem essas coisas? O despreparo intelectual, a submissão, a cultura do medo que o capital impõe pelo poder que o dinheiro exerce, causam um temor mortífero dentro desses radicais, que, eles têm somente a coragem de enfrentar seus pares, nunca o opressor e querem alcançar, reiterando, as luzes da ribalta, entre os seus, mas nunca subvertem quem os domina realmente. Posso citar o tal do empreendedorismo, isso é uma prova que, principalmente o negro, quer alcançar o mesmo dinheiro que possui o opressor (podemos ter como exemplo o Trump), sendo que, intelectualmente eles estão muito à nossa frente. Em suma, não se pauta o intelecto na luta, muitos são aspirantes a lutadores bélicos, que não contém argumentos sólidos para se combater o opressor, e sim, a gritos, ofensas, e o pior, entre os pares, são lobos ferozes, com irá em seus discursos de combate ao racismo, homofobia, feminismo, e outros ismos, que caracterizam as minorias, entretanto, com o opressor nunca se impõe, nunca rosnam bravamente, esses combativos, hoje, são de rede social, de gritos na paulistas, mas no dia a dia, que poderiam exercer sua luta não o fazem, ou seja, de uma forma generalizada o opressor continua com sua bota em suas faces e esses ainda almejam um dia calçar essa bota opressora para pisar naqueles que dizem os oprimir, ou seja, seus próprios pares. Chega a ser vergonhoso a participação desses nos grupelhos organizados, pois, se houver uma vitória, esses pseudos lideres serão os primeiros a trair a causa, como houveram vários na história do Brasil, e nisto, podemos pensar em 1964, em que aqueles que buscavam a democracia, em prol do povo, lutavam e gritavam nas ruas, são os mesmos investigados, são os corruptos de hoje, são os traidores da causa e de seus pares, portanto , prestemos atenção naqueles que dizem ser em prol de quaisquer causas minoritárias socialmente, porque, talvez esses sejam os traidores de amanhã. Parem e reflitam, quem realmente está ao seu lado e em prol do que? Ramakrishna Ramos