quarta-feira, 12 de abril de 2017

Conhecimento

Hoje há uma defasagem muito com relação à informação, as pessoas adquirem todo seu conteúdo ou pelo menos sua grande maioria por meios digitais, ou midiáticos e tem aquilo como verdade absoluta, no sentido de única mesmo, sendo que verdades únicas podem ser prejudiciais, pois, pensemos, se a historia tivesse sido contada a partir da flecha do índio e não da vinda de Cabral, se a primeira carta a “El” Rei, tivesse sido escrita não por Pero Vaz mas sim em Tupi ou outra língua nacional, ou se a gramática do kimbundo em 1714 tivesse sido escrita pelo povo de origem, qual seria o rumo dessa história? A falta de interesse das pessoas e as verdades midiáticas a que elas se põem chegam a ser absurdas, a exemplo do que vejo agora com relação à manifestações são sugeridas e marcadas via rede social, sendo que, se não há intenções de se ser interceptado pelas forças do Estado, penso que seja uma empreitada falida, um meio muito fácil do Estado se proteger contra o cidadão comum. Se vivemos com reflexo da cultura negra norte americana, aonde ficaram as ideologias dos panteras negras, do conhecer para combater, do hip hop que a chave para revolução é o conhecimento, de Malcolm aprendendo as palavras em um fio de luz, pelo dicionário, na prisão, pelos escritos e ensinamentos do Dr. King, e as lutas pelas conquistas de independência dos países africanos que hoje há uma série de escritos sobre isso. Ou seja, para conseguirmos revolucionar quaisquer coisas precisamos conhecer nossa história, quem somos, o porque estamos aqui e mais, porque nosso povo é dominado e com qual intuito, são perguntas que gerarão perguntas e criarão incômodos existenciais. Podemos pensar na nossa história recente, que tem apenas cinquenta e dois anos agora em 2017, em que o Brasil passou pela ditadura, em que estivemos sob o domínio de militares durante vinte e um anos, e com conspirações, protestos , revoluções pontuais e gerais, greves é que conseguimos nos livrar dos militares e viver numa democracia, mas mais ou menos; e como isso foi conseguido, todas essas manifestações populares, pensemos... Se, não havia internet, computador, ou esses meios tecnologicos “revolucionários” como foram articulados esses levantes populares, como os rebeldes insurgiram e se encontraram aos milhares em praça pública, sem precisar de nenhuma rede social moderna? O Brasil desconhece sua historia para poder com ela aprender, a leitura neste país é fraca ou escassa, levando em consideração o numero em países da ditos hoje como emergentes (antigo 3º mundo). Primordialmente deveríamos conhecer a parte ruim da historia, o que nos degradou ou degrada, como somos vistos e como nos vemos entre nós, pois, a partir deste prisma, com certeza saberíamos quais rumos nos direcionarmos na história. Há, também, uma outra problemática com essas pseudo informações que temos hoje, o degladiar entre nós, ou seja, muitos de nós não se deu conta que ainda está propagando o ódio que o sistema pregou pra que nos separássemos, ou melhor, pra nunca nos unirmos, pois o príncipio que o Marx propôs, “proletários do mundo uni-vos” não faz sentido nenhum na prática, e mais, o axioma que o patrão, o senhor de engenho ou o capitalista mor irá nos proteger ainda perdura. Aonde e quando iremos sair da osmose que nos assola, pois, tudo soa como radicalismo, de uma forma midiática e pejorativa – radical significa raiz ou relativo à origem, fundamental, básico, logo, penso ser radicalmente revolucionário –, e, reiterando, a falta de conhecimento, ainda é peça principal destas lutas que travamos contra o sistema. Portanto, a única solução plausível, seria, a leitura, o auto conhecimento, de fato, não de forma superficial como vejo hoje. Reflexões Ramakrishna Ramos

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